Ele tão lá embaixo
No piso surrado
Pisado
Deixado
Acabado
A mercê dos outros para trabalhar
No shopping
Na porta
espera a hora que algum Deus o venha salvar
Sem lar
Ou condição de se guiar
Perdido do mundo
Num Caos imundo
Que o faz chorar
Menino sem lar
Sem roupa
Sem sol
Sem mar
Não mede esforços para lutar
Mas é barrado
Excluído
Ignorado
se tenta falar
Quem são?
Onde vivem?
sei lá
Tão nos becos
Nas portas
Ou nas calçadas do bar
A latinha é dinheiro
A coca a êxtase
E assim vivem os meninos
Que estão perdidos
Por todo solo brasileiro
Nas pontes
nos casebres
Sob as lajes
Que enfeitam a cidade
E por mais que não ousem falar
Marcam as fotos
As paisagens
Os marcos e as beldades
Tão nas fotos que os turistas tiram lá
Pois é na rua que eles vivem
E infelizmente
Meio mundo de gente
Que não sabe nem entende
Os expulsam e mandam trabalhar
Mas são os mesmo que não ajudam
e fingem demência
Se eles se aproximam e perguntam
“Oh moça, cê compra uma dessas balas? Tô sem dinheiro pra almoçar
Por Fernanda Dias – Estudante de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda – UFS