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Relato de um dia atípico

Às 5h, despertei. Às 5h45min, saí de casa. Mal esperava que o ônibus que passa na esquina da rua às 5h50 iria demorar por alguns minutos. Ele demorou mais que o normal, uns 15 minutos. A superlotação do veículo anunciara algo estranho. O ponto cheio para aquele horário denunciava alguma anormalidade. Mas não era visível a situação posta a minha frente. Era, para mim, apenas uma manhã fria, com céu nublado, embalada por uma música de rádio sintonizada no meu celular, esperando o transporte debaixo da cobertura de um açougue.

Mas aquela manhã de clima habitual começava a revelar novidades. Uma senhora universitária conversava com um homem, com farda amarela e calça cinza, sobre alguma situação problemática. Ela, com uma bolsa preta de lado, uma blusa de listra preta e roxa fazia muitos gestos com as mãos. Lembrei-me do momento em que ela fala a palavra gasolina em conversa com uma mulher acompanhada de uma criança, a uma distância de um metro dela, na calçada atrás do muro de um condomínio, onde está fincada a placa do ponto de ônibus, enquanto estava a observar aquilo tudo a 3 metros na calçada paralela, sozinho.

Quando dois ônibus chegaram, 20 pessoas que ali aguardavam tiveram que se espremer nos espaços, ou melhor, nas frestas que restara. Senti-me uma sardinha enlatada. A mim, ficou o degrau da primeira porta de acesso ao veículo, dividido com uma menina, de baixa estatura, com roupa de curso técnico e, no próximo ponto, com mais três aparentemente estudantes.  Depois, sem vaga no coletivo, muita gente só o viu passar.

O motorista, cabelo grisalho, bigode, com óculos de grau, transpareceu tristeza e reclamou do governo. Ele falava pouco e respondia apenas perguntas dos passageiros. Quando chegou ao terminal, olhou pra mim e desabafou: “estou ficando velho e sei que vou depender disso daqui, por isso, fico triste em deixar aquelas pessoas esperando [no ponto] e passando por humilhação… mas vamos ter esperança.”.

Enquanto esperava o próximo coletivo para ir à universidade, fiquei a pensar nas palavras desse motorista. Na universidade, uma colega relatou que esperou por duas horas o ônibus passar pelo condomínio, enquanto outros colegas se questionavam se iam chegar em casa.

Em outro ônibus, agora, à noite, um senhor bêbado, aparentemente com 50 anos, ouvia a música Ana Júlia numa caixinha de som. Ele cantava o refrão e xingava ao mesmo instante. Quando de repente gritou trecho da música, assustou todo mundo e fez o pessoal olhar para penúltima poltrona, próxima da terceira porta. Depois disso, ele falava de política de maneira truncada e furiosa. Mas chegou uma parte em que a embriaguez apontou lucidez: clamou a juventude, em um ato de bravura, para mudar a realidade do país através do voto. E disse o que muitos se calam por vergonha ou por desconhecimento.

A cidade falava. E estava agoniado, sentindo na pele para conhecer causas até então desconhecidas, dificuldades mal percebidas e outras ranhuras mais nas avenidas que ecoam contradições, aliás, esperanças.

 

Crônica por: Abel Serafim – Estudante de Jornalismo – Universidade Federal de Sergipe

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